Moçambique manifestou-se disponível para acolher investimentos e iniciativas que reforcem a cooperação em áreas estratégicas como a economia azul, infraestruturas marítimas e segurança portuária, de forma a aprofundar a integração económica e a paz na região do Oceano Índico.
A posição foi defendida esta quarta-feira, em Tóquio, pelo Presidente da República, Daniel Chapo, durante a abertura da 9ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África (TICAD9), uma plataforma que junta líderes africanos e japoneses na busca de novas dinâmicas de cooperação.
“Em consonância com o nosso Plano Estratégico Nacional de Desenvolvimento 2025-2040, reiteramos a nossa disponibilidade para acolher investimentos e iniciativas regionais que visem o reforço da integração económica e da paz na região do Oceano Índico”, afirmou o Chefe do Estado.
Chapo destacou o valor estratégico do Oceano Índico, não apenas como ponte entre continentes, mas também como catalisador do desenvolvimento socioeconómico, permitindo trocas culturais e acesso a mercados internacionais.
Apontou ainda como áreas-chave de cooperação, a logística portuária, a segurança marítima, com destaque para o Corredor de Nacala, no norte de Moçambique, o turismo sustentável, a transição energética, o comércio regional, a inovação tecnológica e o investimento em infraestruturas verdes e energias renováveis.
Segundo o Presidente, Moçambique possui cerca de 2.700 km de costa banhada pelo Índico e mais de 60% da sua produção depende diretamente do oceano.
“A parceria económica Índico-África assume um papel importante na materialização da Agenda de Desenvolvimento Sustentável, sobretudo na implementação dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, sublinhou.
O Chefe do Estado destacou ainda o papel da juventude africana no crescimento do continente, defendendo plataformas de intercâmbio entre jovens africanos e japoneses, com enfoque na ciência aplicada e transformação digital.
“Estamos abertos à cooperação no âmbito da economia, com inúmeras oportunidades em Moçambique, entre serviços, infraestruturas, turismo, agricultura, pesca, a nível da África Austral, Médio Oriente-África e também Ásia-África. Por isso, a nossa Estratégia Nacional de Desenvolvimento da Economia Azul tem como objetivo unir prosperidade económica e justiça ambiental”, afirmou Chapo.
O Presidente enfatizou a necessidade de fóruns bilaterais e multilaterais que traduzam os valores da TICAD, prosperidade africana, parceria internacional e desenvolvimento centrado nas pessoas. Nesse contexto, destacou os corredores de desenvolvimento de Moçambique, que incluem portos, linhas férreas, recursos minerais, fontes energéticas, turismo, agricultura e indústria.
O Fórum de Parceria Económica no Oceano Índico-África, que decorre sob o lema “Rumo à Prosperidade Africana através da Colaboração com o Japão”, foi apontado pelo Chefe do Estado como uma oportunidade para redefinir estratégias de cooperação económica e enfrentar desafios globais.
“Este Fórum não só é sugestivo de oportunidades de cooperação económica entre África e Japão, e de sinergias entre África, Índia, Médio Oriente e Japão, como também nos desafia a renovar e a definir novas estratégias para responder aos desafios globais da atualidade”, concluiu.
